O estigma do flagelo

fluxos migratórios e controle social na seca de 1877

Autores

Palavras-chave:

seca; migração; controle social

Resumo

O presente estudo tem como enfoque a análise de duas temáticas concernentes ao Período Imperial no Ceará, propondo uma discussão sobre os processos migratórios de ocupação de espaços físicos em regiões diferentes da província, tendo como pano de fundo a seca de 1877. Em um primeiro momento, é trabalhada a construção de um imaginário acerca do Cariri cearense como sendo o “oásis do sertão”, discurso proposto pela elite liberal com teor dominante sobre as classes subalternas dessa região, expondo a chegada dos imigrantes ao Cariri cearense, fugidos da seca e se deparando com mudanças nas relações sociais. Na segunda parte é abordada a temática vinculada ao processo de chegada de corpos desvalidos, também fugidos da calamidade de 1877, a capital Fortaleza e como foi a assimilação da chegada desses fluxos migratórios com a existência de um pensamento modernizador sobre o espaço e as vivências, encabeçados por uma elite econômica cearense.

Referências

FONTES:

FALLA. Falla com que o Exmo. Sr. Dezembargador Caetano Estellita Cavalcanti Pessoa, Presidente da Provincia do Ceará, abriu a 2.a sessão da 23º Legislatura da respectiva Assembléa no dia 2 de julho de 1877.

FALLA. Falla com que o Ex. Sr. Dr. José Julio de Albuquerque Barros, Presidente da Provincia do Ceará, abriu a 1º sessão da 24º Legislatura da Assemblea Provincial, no dia 01 de novembro de 1878.

FALLA. Falla com que o Exm. Sr. Dr. José Julio de Albuquerque Barros, presidente da província do Ceará, abriu a 1º Sessão da 25º Legislatura da Assemblea Provincial no dia 01 de julho de 1880.

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RELATÓRIO. Relatório com que o Exm. Sr. Dezembargador Caetano Estellita Cavalcanti Pessoa passou a administração da Provincia do Ceará ao Ex. Sr. Coselheiro João José Ferreira D'Aguiar Presidente da mesma província em 23 de novembro de 1877.

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Publicado

2023-02-27

Como Citar

Alves da Silva, T., & Silva Alencar, F. L. (2023). O estigma do flagelo: fluxos migratórios e controle social na seca de 1877. Sertão História - Revista Eletrônica Do Núcleo De Estudos Em História Social E Ambiente, 2(3), 31–59. Recuperado de http://revistas.urca.br/index.php/SertH/article/view/665