Escravidão, alforrias e práticas de dominação
uma análise sobre os processos de construção da liberdade a partir do termo de São João del-Rei (Minas Gerais, 1830-1860)
Palabras clave:
Escravidão; Alforrias; Hierarquias.Resumen
No presente artigo analisam-se as distintas percepções construídas por senhores e escravos nos processos de produção social da liberdade. Por meio das cartas de alforrias registradas nos cartórios dos 1º e 2º Ofícios de Notas do termo de São João del-Rei, entre os anos de 1830 e 1860, verificou-se que as manumissões consignadas explicitavam uma forte concepção político-ideológica do domínio senhorial, enquanto para os escravos a noção de liberdade não se limitava apenas a mudança de status jurídico. Reduzindo a escala de observação, conseguimos acompanhar a trajetória de alguns cativos em seus processos de transposição das barreiras do cativeiro e analisar a natureza das condições impostas pelos senhores e as motivações que os levaram conceder as liberdades. Diante da complexidade e das vicissitudes desses processos, pudemos concluir que a prática da alforria estava marcada por profundas relações assimétricas de poder, que contribuíram para reforçar e reproduzir as hierarquias sociais e preservar a vitalidade da própria escravidão.
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