Imaginários do Sertão
os sertões nos contos da obra Bruxaxá do escritor Átila Almeida
Palavras-chave:
Átila Almeida; Bruxaxá; Sertão; SertanejoResumo
Este trabalho problematiza as construções de sentido em torno do sertão e do sertanejo, por meio da análise da obra Bruxaxá: contos sem exemplo e histórias sem proveito (1979), do intelectual, professor, escritor e folclorista paraibano Átila Almeida (1923-1991). A obra reúne uma coletânea de 22 contos escritos sob o pseudônimo de Francisco Jorge Torres (1783-1852), um parente distante da família Almeida. Os contos exploram diversas temáticas, mesclando realidade e ficção, e apresentam representações de figuras sertanejas e suas interações com os espaços mencionados. Neste sentido, esta investigação busca analisar as construções simbólicas e imaginárias do sertão e do sertanejo na obra, identificando os sentidos atribuídos a essas figuras e aos lugares descritos. Metodologicamente, utilizamos a análise do discurso, conforme postulada por Michel Foucault (1996), e nos valemos das reflexões de Sandra Pesavento (2004), que traz debates na leitura da obra literária em relação ao seu contexto de criação, entendendo-a como uma forma de construção social e histórica. No campo teórico, trabalhamos com as contribuições de Antonio Carlos Robert Morais (2003) sobre o sertão como ideologia espacial, os significados imaginários do sertão discutidos por Erivaldo Fagundes Neves (2003). Dessa maneira, também trabalhamos a abordagem do sertão como categoria do pensamento social brasileiro através da literatura, conforme discutida por Janaína Amado (1995).
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