NEM CHATA, NEM CORRUPTORA, NEM PARTICULARMENTE PARA CRIANÇAS

A LITERATURA INFANTIL DE AGUSTINA BESSA-LUÍS OU COMO NASCE UMA ESCRITORA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47295/mren.v12i3.1052

Palabras clave:

Agustina Bessa-Luís. Literatura infantojuvenil. Autobiografia

Resumen

Depois de uma reflexão sobre o conceito e os limites da literatura infantil, o artigo aborda as obras que a escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís (1922-2019) publicou nesse domínio: A memória de Giz, de 1983; Dentes de rato, de 1987; Vento, areia e amoras bravas, de 1990; O soldado romano, de 2004; e O Dourado, de 2007, a que se juntam ainda dois dos Contos amarantinos, de 1987: “O menino grão-de-milho” e “As duas irmãs Fabianas”. O artigo sustenta que, na generalidade dos textos, é visível um fundo autobiográfico e uma cosmovisão próxima daquela que a autora revela na sua obra “para adultos”. Defende também que dois dos livros constituem uma espécie de documentário sobre o nascimento de uma escritora e admite que a transgressão dos códigos do mercado infantojuvenil será a razão que explica uma receção não particularmente entusiasmada da obra de Agustina neste campo.

Biografía del autor/a

Francisco Topa, Universidade do Porto / CITCEM

Francisco Topa (n. Porto, 1966) é Professor Associado do Departamento de Estudos Românicos da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e membro integrado do CITCEM. Leciona nas áreas de Literatura e Cultura Brasileiras, Crítica Textual, Literaturas Africanas e Literaturas Orais e Marginais. Doutorou-se em Literatura, em 2000, na mesma Faculdade, com uma tese sobre o poeta barroco Gregório de Matos. Obteve em 2016, também na FLUP, o título de Agregado em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos, especialidade de Literatura e Cultura. É, desde 2019, o responsável pela Cátedra Agostinho Neto na FLUP.

A sua investigação tem estado dirigida para a literatura portuguesa e brasileira, sobretudo as dos séculos XVII e XVIII, para as literaturas africanas para algumas áreas da literatura oral e marginal. Dentre os cerca de 200 trabalhos que publicou é possível destacar os seguintes volumes, todos de 2022:  Cláudio Grugel do Amaral – Monte de Apolo, Parnaso das Musas (Introdução, edição e notas); Agostinho Neto: A morte do ‘heroico lutador pela libertação dos povos’ nos jornais portugueses; Património em extinção? Formas e usos da literatura oral e/ou popular; Versos do Monte Testáceo: Crónicas luso-brasileiras sete e oitocentistas.

Lattes: buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8540322D7

https://orcid.org/0000-0001-6929-5618

Citas

BESSA-LUÍS, Agustina. A memória de Giz. Lisboa: Contexto & Imagem, 1983.

BESSA-LUÍS, Agustina. Dentes de rato. Lisboa: Guimarães Editores, 1987.

BESSA-LUÍS, Agustina. Vento, areia e amoras bravas. Lisboa: Guimarães Editores, 1990.

BESSA-LUÍS, Agustina. O chapéu das fitas a voar. Sel. e org. de Manuel Vieira da Cruz e Luís Abel Ferreira. Lisboa: Guimarães Editores, 2008a.

BESSA-LUÍS, Agustina. Dicionário imperfeito. Sel. e org. de Manuel Vieira da Cruz e Luís Abel Ferreira. Lisboa: Guimarães Editores, 2008b.

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TOPA, Francisco. Agustina e o outro lado da infância. In: Olhares sobre a literatura infantil: Aquilino, Agustina, conto popular, adivinhas e outras rimas. Porto: Edição do Autor, 1998.

Publicado

2023-10-05

Cómo citar

Topa, F. . (2023). NEM CHATA, NEM CORRUPTORA, NEM PARTICULARMENTE PARA CRIANÇAS: A LITERATURA INFANTIL DE AGUSTINA BESSA-LUÍS OU COMO NASCE UMA ESCRITORA. Macabéa - Revista Eletrônica Do Netlli, 12(3), 96–107. https://doi.org/10.47295/mren.v12i3.1052