PROGRESSO EVOLUCIONISTA
Palabras clave:
Colagem, indígenas, crato, globalização, território.Resumen
A série “Progresso evolucionista” é resultado de uma oficina promovida pelo Instituto Sérvulo Esmeraldo, no Festival 93, em novembro de 2022. Ministrada pelo artista Marcelo Zocchio, na qual fomos instigados a realizar uma ‘deriva’ nas ruas centrais do Crato, levando fotografias/imagens de lugares da cidade - das décadas de 40-70 - a fim de compará-las com o estado atual. Ao final tinhamos que elaborar algo através dessas andanças. A minha produção foi construída por três tempos e espaços destintos, o primeiro com as mesmas fotografias fornecidas na oficina e algumas de acervos pessoais de José Kleber Filho, Hugo Linard e Antônio Vicelmo (disponíveis online). O segundo elemento conta com registros feitos durante a deriva, já o terceiro são indígenas de costas que apenas observam toda a transformação que o seu território vem passando e na última imagem eles já estão em foco, as fotos com cores e as pessoas olhando para eles, desse vez notando sua presença. Pensando nesses desdobramentos “decoloniais” que a indústria da arte traz, que coloca esses povos como elementos visuais, sem de fato construir a realidade. A técnica escolhida para produzir esses trabalhos foi a colagem digital, que tem por princípio a “organização” de imagens que não iriam ocupar o mesmo local naturalmente, a organização foi feita trazendo um tempo e local que jamais existiu, concretamente, mas que subjetivamente ainda existe no dia-a-dia da cidade que passa por um “progresso”, que serve ao passado e um pequeno grupo de pessoas que lucra com ele, um passado evolucionista, assim como no século XIX, descartando sempre o “outro” que não está dentro dos padrões que esse pensamento aprova.