DIÁRIOS PERFORMATIVOS:
POÉTICAS DO REGISTRO NO CIDADES CAMINHANTES
Keywords:
Cidade; Caminhada; Estética; Diário performativo;Abstract
O artigo examina a interseção entre a prática estética do caminhar e os métodos de registro no contexto do projeto "Cidades Caminhantes" do Grupo de Pesquisa Ocupações Artísticas da Cidade. Analisamos como a obra "Walkscapes: O Caminhar como Prática Estética" de Francesco Careri (2013) serve como base teórica para essa investigação, propondo uma nova forma de registro denominada "diário performativo". O objetivo geral é explorar e documentar a caminhada estética como uma prática artística e investigativa, articulando a precisão descritiva do "diário de bordo" da antropologia com a expressividade da "escrita performática" e "escrita performativa" na contemporaneidade. Em específico, integrar métodos de registro da antropologia com práticas de escrita performática e performativa; desenvolver uma metodologia de registro que capte as nuances sensoriais e emocionais da experiência de caminhar, quase como um processo dramatúrgico; ao passo que se possa documentar e analisar a prática da caminhada estética nos bairros de Juazeiro do Norte e Crato, Ceará. A pesquisa baseia-se em uma abordagem multidisciplinar, combinando a prática da caminhada estética com métodos de registro inspirados no "diário de bordo", na "escrita performática" e na "escrita performativa". Utilizamos observações diretas, registros fotográficos e audiovisuais, além de reflexões subjetivas dos participantes, documentadas nos "diários performativos". Temos como resultado que os "diários performativos" emergem como uma forma de registro que transcende a mera descrição objetiva e capturam não apenas as observações visuais, mas também as sensações e emoções dos caminhantes, proporcionando a construção de uma narrativa rica e envolvente da experiência de caminhar. Este método de registro promove uma compreensão mais profunda e emocional dos espaços urbanos explorados, contribuindo para o discurso acadêmico das artes cênicas e performativas não apenas como registro, mas como poética dramatúrgica.