Estudo da toponímia rural em cartas pessoais do semiárido baiano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47295/mgren.v13i1.1294

Palavras-chave:

Léxico, Topônimos, Manuscritos do século XX

Resumo

Este artigo, situado no campo da Linguística Histórica, propõe investigar a toponímia rural patente na coleção de cartas de Mãos Inábeis, disponível no Corpus Eletrônico de Documentos Históricos do Sertão. Com base nessas premissas, o presente estudo, partindo da leitura de edições semidiplomáticas de documentos manuscritos, possui o intuito de registrar lexicograficamente as diferentes significações e variações dos topônimos evidentes nas cartas produzidas no século XX, por escreventes pouco escolarizados, provenientes de comunidades rurais das cidades de Riachão do Jacuípe, Conceição do Coité e Ichu, localizadas na região sisaleira do semiárido baiano, a fim de construir um glossário onomástico da toponímia rural dessa documentação. Para o desenvolvimento desse estudo, obteve-se como base nos pressupostos da lexicografia histórico-variacional (Machado Filho; Sampaio, 2020), assim como os estudos toponímicos (Dick, 1990; Seabra, 2004) e os estudos linguísticos do português brasileiro (Lucchesi, 2015b; Santiago, 2012, 2019; Oliveira, 2006). Sendo assim, este artigo apresenta os topônimos rurais identificados nas cartas da coleção, a partir dos registros grafados pelas “mãos” estudadas (mãos inábeis).

Biografia do Autor

Camila dos Santos Soares, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Graduanda do curso de Licenciatura em Letras com habilitação em Língua Portuguesa e suas Literaturas pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), no Centro de Formação de Professores (CFP). Tem interesse nas seguintes áreas: Filologia, Formação do Português Brasileiro, Constituição Histórica da Língua Portuguesa, Lexicografia, dentre outros temas sócio-históricos sobre a língua.

Lisana Rodrigues Trindade Sampaio , Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Possui Graduação (Licenciatura) em Letras Vernáculas, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde, na qualidade de bolsista de iniciação científica, desenvolveu pesquisa sobre a constituição histórica da língua portuguesa, precisamente sobre a edição interpretativa de um impresso do início do século XVI e a onomástica patente nesse documento, ligada ao Programa para a História da Língua Portuguesa (PROHPOR). É Mestre em Linguística Histórica pelo Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPLinC), na mesma instituição, tendo feito uma edição interpretativa e um glossário do manuscrito Livro dos Usos da Ordem de Cister, datado de 1415. Participe do grupo de pesquisa Nêmesis, que engloba o DEPARC (Dicionário Etimológico do Português Arcaico), coordenado pelo Prof. Américo Venâncio Lopes Machado Filho, na condição de pesquisadora. Doutora em Linguística Histórica, no referido Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura. Em sua tese de doutorado, realizou uma edição diplomática das cantigas de satíricas do Cancioneiro da Biblioteca Nacional (Colocci-Brancuti) e um glossário das formas verbais patentes nesse espólio.Atualmente, é docente do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, na área de Língua Portuguesa e ensino. Tem interesse nas áreas de Filologia, Português arcaico, formação do Português Brasileiro, Lexicografia Histórica, estudos do texto, constituição histórica da língua portuguesa e do seu léxico, aspectos da fonética e fonologia, morfologia, sintaxe, da semântica e pragmática do português, além de diversos temas sociopolíticos sobre a língua e o seu ensino.

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Publicado

2024-05-19

Edição

Seção

Artigos - Estudos Linguísticos