O cão sem plumas, de João Cabral de Melo Neto: fragmento poético-alegórico do humano
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v13i1.1097Palavras-chave:
Poesia, Alegoria, Walter Benjamin, Linguagem, O cão sem plumasResumo
Este artigo visa a identificar como a alegoria colabora na apreensão do poema O cão sem plumas, de João Cabral de Melo Neto, cuja análise foi norteada por pressupostos teóricos defendidos por Walter Benjamin (2004), João Adolfo Hansen (2006), Erich Auerbach (2006), Umberto Eco (2010) e Sérgio Paulo Rouanet (1984). Ao estabelecer a leitura do poema cabralino à luz da alegoria na Antiguidade Clássica, embasada na retórica, e na modernidade, vinculada à história, o método dialético permitiu registrar um produtivo diálogo entre texto e contexto. A resultante estética dessas inferências alude à configuração de um cão antropomorfizado que espelha o rio Capibaribe, imagem que, deslocada no tempo, permitiu observar a degradação ambiental e a exploração de homens situados à margem do desenvolvimento social na cidade de Recife.
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