A responsabilidade enunciativa no pronunciamento de Dilma Rousseff após o impeachment: em foco os tempos verbais e os índices de pessoa “eu”, “nós” e “eles”
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v13i1.1185Palabras clave:
Discurso político, Dilma Rousseff, Responsabilidade enunciativa, ImpeachmentResumen
Propomos analisar o discurso da Ex-presidenta Dilma Rousseff, tomando como corpus o seu primeiro pronunciamento após sofrer o impeachment, que ganhou notório destaque no cenário político brasileiro e repercussão nas mídias, em nível nacional e internacional. Especificamente, analisamos a gestão das vozes pelo locutor-enunciador primeiro, dando ênfase aos índices de pessoas e aos tempos verbais, para evidenciarmos como se processa a responsabilidade enunciativa no texto. Teoricamente, ancoramo-nos na Análise Textual dos Discursos, conforme Adam (2010, 2011, 2019), em diálogo com Rabatel (2009, 2016a, 2016b), Guentchéva (1994) e outros autores. O corpus do trabalho advém do site do Portal de notícias G1, que apresenta na íntegra o pronunciamento de Dilma. Na análise dos planos ou níveis do discurso e do texto, evidenciamos a gestão das vozes no pronunciamento, enquanto na análise da microestrutura textual, mostramos que tanto os tempos verbais quanto os índices de pessoas foram imprescindíveis para a expressão de pontos de vista colocados em acordo (“eu” e “nós”) e daqueles contra os quais o locutor-enunciador se posiciona (“eles”). O exame dessas marcas mostra os efeitos de sentido de vítima versus golpistas e, consequentemente, sinaliza quem ganha e quem perde com a retirada de Dilma da presidência do Brasil.
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