DESCOBRIR PASÁRGADA
UMA LEITURA DOS CONTOS DE MARIA VALÉRIA REZENDE
DOI:
https://doi.org/10.47295.1558Palavras-chave:
Narração, Espaço, Mobilidade, Literatura Brasileira ContemporâneaResumo
Este artigo propõe uma leitura crítica do volume de contos Vasto mundo, publicado em 2001 por Maria Valéria Rezende, considerando a relação que se estabelece entre espaço e narração. Nas dezoito narrativas que compõem o livro de estreia da autora, mobilidade e fixidez marcam a experiência dos personagens com o pequeno vilarejo fictício de Farinhada, instância também responsável por contar as histórias de quem fica e daqueles que desejam se arriscar em terras outras. Partindo de um referencial teórico que leva em conta tipos distintos de narrador, especialmente as reflexões de Gérard Genette (2017), e aspectos relativos à espacialidade narrativa, como Bachelard (1993) e Michel de Certeau (1998), a análise de três contos do livro permite observar o processo de representação de regiões interioranas do país e de suas distintas práticas espaciais.
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