ELIANA ALVES CRUZ E GILBERTO FREYRE
A ESCRAVIDÃO ENTRE REPRESENTAÇÃO E SILENCIAMENTO DO SUJEITO ESCRAVIZADO
DOI:
https://doi.org/10.47295.1535Palabras clave:
Representação, Escravidão, SilenciamentoResumen
O presente estudo do romance O crime do cais do Valongo (2018), de Eliana Alves Cruz, questiona a perspectiva de Gilberto Freyre, principalmente sobre a noção de uma escravidão amena, desenvolvida na sua dissertação de mestrado Vida Social no Brasil nos meados do século XIX (1922). Sensível às profundas ambivalências que constituem o discurso sobre a escravidão, a reflexão demonstra como o discurso em si constrói e desconstrói a arbitrariedade, em que o sujeito negro não se transforma somente em “Outro/a”, mas também em “Outridade” (KILOMBA, 2019). Assim, o estudo propõe-se a investigar em que termos o discurso ficcional responde aos processos de silenciamento e negação da subjetividade.
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