O PALCO (IN)VERSO

Diálogos e fricções estético-políticas com o espectador

Autores

  • Michele Cabral UFMA

Palavras-chave:

teatro, espectador, encenação, mediação teatral

Resumo

Por meio deste artigo, pretendemos compartilhar as reflexões, impressões, percepções e análises empreendidas a partir da leitura performativa do texto A Balsa da Medusa do dramaturgo e diretor teatral argentino Emílio Wehbi, intitulada Espectofagia: um rito-oralidade com o espectador. A presente pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas/PPGAC da Universidade Federal de Uberlândia – UFU, com atuadores/pesquisadores do curso de Mestrado em Artes Cênicas. A Espectofagia foi o aporte estético-político utilizado para convocar, provocar e dialogar com os espectadores de teatro, a partir de uma experiência cênica. Esses encontros aconteceram duas vezes com grupos de espectadores diferenciados, na cidade de Uberlândia/MG, que nos falaram de sua experiência na apresentação, como também, das questões suscitadas a partir da assistência da leitura performativa da peça. Entendemos que o teatro é um fenômeno relacional (DUBATTI, 2007), que instaura uma zona de experiência (DEWEY, 2010), e que a encenação (PAVIS, 2013) é a mediadora legítima nestas relações de encontros e confrontos com o espectador (RANCIÉRE, 2012). Assim, foi empreendido um contexto/espaço ficcional onde, o espectador era figura central de toda construção cênica, num jogo de autonomia e transferência do poder de determinar o lugar de cada sujeito no ato artístico. Quem fala e quem olha? Quem fica e quem sai? A circularidade destes “lugares de fala” proporciona uma reflexão sobre a cena e o lugar do espectador no ato artístico contemporâneo.

Biografia do Autor

Michele Cabral, UFMA

Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Maranhão – PPGAC/UFMA. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Encenação e Corporeidades - CENACORPO/UFMA.

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Publicado

2020-05-12