Interseccionalidade e multiplicidade feminina em cordel: Coração na aldeia, pés no mundo
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v12i2.772Palavras-chave:
Literatura Indígena, Literatura de cordel, Mulheres indígenas, InterseccionalidadeResumo
Este artigo apresenta uma leitura da obra Coração na aldeia, pés no mundo, da escritora e cordelista indígena Auritha Tabajara. À luz da teoria da interseccionalidade, esta análise compreende três momentos da obra, os quais se inter-relacionam e se complementam. Verificou-se que diversas categorias da diversidade humana são mobilizadas para sustentar as relações de poder e opressão da mulher indígena, por meio dos domínios de poder cultural, estrutural, disciplinar e interpessoal. Esses domínios de poder acionam raça, classe, gênero, etnia, religião, orientação sexual para determinar os limites, os contornos da feminilidade indígena, nos moldes da concepção eurocentrada de mulher. Entretanto, o cordel de Auritha rejeita esse padrão e sua literatura resiste.
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