O surrealismo na narrativa de Aníbal Machado: um leitura benjaminiana
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v12i2.530Palavras-chave:
Aníbal Machado, Surrealismo, Experiência moderna, Walter BenjaminResumo
O artigo procura estabelecer um diálogo entre os contos “Viagem aos seios de Duília” e “O desfile dos chapéus”, de Aníbal Machado, e a teoria da narração de Walter Benjamin. Conforme argumenta Gagnebin, os ensaios de Benjamin sobre literatura refletem sobre a necessidade de novas formas de narratividade como tentativa de reconstrução da experiência (erfahrung), degradada na modernidade. A exploração da memória, da fantasia, do acaso e da ilusão por entre o sonho e a vigília, aspectos caros à estética surrealista e presentes nas narrativas do escritor brasileiro, assinalam as aspirações ressaltadas por Benjamin para a literatura. A manifestação onírica perante o ordinário e a exposição de uma imagem refratária do tempo e do espaço são trabalhadas nas narrativas estudadas por meio das reminiscências do passado de seus protagonistas. Dessa forma, as inquietações apresentadas nos contos analisados ressaltam, por meio do insólito e do estranhamento, a experiência moderna nessas narrativas.
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