De Proteu a Icaro em Antonio Cicero: mito e filosofia na poesia contemporânea brasileira
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v13i2.1522Palavras-chave:
Antonio Cicero, Mitologia, PoesiaResumo
Desde os primórdios da civilização, as figuras mitológicas permeiam o imaginário popular, pois os deuses eram evocados constantemente em virtude de grandes feitos e situações fantásticas inimagináveis para um mero mortal. Eles foram cultivados como forma de fuga da realidade, ou seja, eram seres sublimes que viviam concomitantes ao mundo real. Desse modo, a mitologia surgiu como uma forma de auxiliar o homem a lidar com as eventuais dificuldades humanas. Na Antiguidade, a origem da poesia era atribuída também às divindades, como era o caso das Musas, tendo estas uma grande influência dentro da poesia arcaica. Esta era considerada sagrada e fazia parte de uma sociedade que ainda não possuía o conhecimento da escrita como forma de manter preservado o passado. Em virtude disso, e devido à tamanha influência desde Homero, é inevitável encontrar resquícios dos grandes feitos mitológicos na poesia moderna, uma vez que parte considerável dos poetas dos séculos XIX e XX escreveram sobre ou citaram os grandes feitos dos deuses. A partir disso, este aritgo intenta fazer uma análise dos poemas “Proteu”, publicado no livro A cidade e os Livros (2002), e “Icaro”, publicado no livro Porventura (2012), avaliando sua compatibilidade comparativo-analítica com textos que trabalharam a relação entre o mito, a poesia e a filosofia, e as grandes obras mitológicas, principalmente a Teogonia, publicada provavelmente entre VIII e VII a.C., de Hesíodo e Metamorfose, de Ovídio, publicada em VIII a.C.
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