A representação do povo n’Os lusíadas e em “Teorema” a partir das narrativas sobre Inês de Castro
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v13i1.1111Palavras-chave:
Ficção histórica., Inês de Castro., O povo., Representação., Crítica.Resumo
Partindo do discurso histórico presente nas Crônicas de Rui de Pina e Fernão Lopes sobre as vidas de Dom Affonso IV e Dom Pedro I de Portugal, este artigo busca analisar os episódios relacionados à Dona Inês de Castro, nas obras de ficção Os Lusíadas (1572), de Luís Vaz de Camões, e “Teorema” (1963), de Herberto Helder. Pretende entender, especificamente, a forma como o povo é representado em cada obra e verificar de que forma a perspectiva estabelecida pelo narrador altera essa representação, além de tentar apreender se há um teor crítico junto do discurso ficcional-histórico. Na busca por entender as relações entre ficção e verdade histórica, bem como as ações dos personagens em seus contextos, investiga as narrativas históricas relatadas pelos cronistas e compara com as narrativas ficcionais, além de estudar, entre outras questões, a teoria da ficção histórica a partir de Marilene Weinhardt (1994, 2010), a combinação entre história e arte na obra camoniana segundo Mauro Cavaliere (2002), e a escrita dos cronistas e objetivos desse tipo de narrativa de acordo com Antônio José Saraiva (1999). A pesquisa, por fim, revela que a diferença da perspectiva escolhida pelo autor altera substancialmente o modo de representar o povo, principalmente considerando o objetivo com o qual cada narrativa foi escrita.
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