A estrela solitária: impasses no processo de criação de A hora da estrela, de Clarice Lispector
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v12i3.931Palabras clave:
A hora da estrela, Clarice Lispector, Escrita, Fragmentos, SolidãoResumen
Este artigo tem como objetivo analisar as dificuldades encontradas pela autora Clarice Lispector no processo de criação da obra A hora da estrela, publicada em 1977. Para tanto, o estudo se serviu do relato contido no ensaio “Diante da solidão de Clarice” (2020), escrito por Ana Maria Machado, como ponto de partida para discutir dois temas centrais: a escrita fragmentada como método e a solidão da autora na obra. A pesquisa foi realizada através de um levantamento bibliográfico e articula relatos da própria Clarice Lispector em entrevistas, crônicas e trechos da obra A hora da estrela com um arcabouço teórico formado por escritores como: Philippe Willemart (2005), Roland Barthes (2017) e Maurice Blanchot (1987). Na conclusão, observou-se que no processo de criação de um autor não há caminhos pré-determinados e, mesmo para Clarice Lispector que já contava com mais de trinta anos de atividade como escritora, uma nova obra representava uma imersão no desconhecido, que só se revelava no próprio processo de escrita. Embora já houvesse adotado o método de escrita por fragmentos em obras anteriores, a autora preferia manter uma postura “amadora” diante da escritura.
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