OUTRAS VOZES PARA CANTAR A RESISTÊNCIA:
O DIÁLOGO COM A TRADIÇÃO NA POESIA DE OVÍDIO MARTINS
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v12i1.454Palabras clave:
Ovídio Martins, Poesia, Cabo Verde, Intertextualidade, ResistênciaResumen
Em 1963, Ovídio Martins publicou o livro Caminhada. O objetivo deste trabalho é analisar um conjunto de poemas extraídos dessa publicação, verificando o funcionamento da intertextualidade e em que direção o diálogo com a tradição conduz a lírica do poeta cabo-verdiano. Para tal fim, utilizamos como pressupostos teóricos o estudo de Jenny (1979), acerca da intertextualidade, e o conceito de hipertextualidade formulado por Genette (1989). Os resultados indicam que, ao dialogar com a tradição literária, com fatos históricos, com o mito sebastianista e com a Bíblia, Ovídio Martins se apropria dos textos para transformá-los, de tal modo que a sua escrita se configura como o lócus da assimilação do alheio para a constituição do próprio. E o próprio, nesse caso, inclui uma expressão poética dotada de uma força singular, que se revela majoritariamente como resistência, seja à censura e ao evasionismo, seja à opressão colonial.
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