Nomadismo e não-lugares: uma análise do espaço narrativo em Rastros do verão, de João Gilberto Noll

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47295/mgren.v13i2.1483

Palabras clave:

Rastros do verão, Noll, Errância, Não-lugares

Resumen

Sujeitos errantes que perambulam por não-lugares, ou seja, espaços que não contemplam o caráter identitário, relacional e histórico na acepção de lugar antropológico, conforme Augè (1994), são frequentes na obra de João Gilberto Noll. Em Rastros do verão, originalmente publicado em 1986, tem-se um narrador protagonista anônimo que se coloca como aquele que está sempre de passagem, sem bagagem. Atravessado por relações efêmeras com as demais personagens, também anônimas, esse viajante amplifica cenas do cotidiano ao mesmo tempo em que se deixa levar pelo acaso. O objetivo central desse trabalho é a análise da errância, concentrada em um espaço narrativo urbano, em Rastros do verão, com base em Augè (1994), Johnson (2009), Kristeva (1994) e Maffesoli (2001).

Biografía del autor/a

Ingrid Rafaela Pinheiro Bernardo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

É graduanda do curso de Letras – Língua Portuguesa e Literaturas, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Integrou como bolsista do Programa de Iniciação Científica (PIBIC), entre setembro de 2021 e agosto de 2023, o projeto “Silenciamento e voz da mulher na literatura portuguesa de autoria feminina”, sob a orientação do professor Dr. Mauro Dunder.

Jaqueline Castilho Machuca, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professora adjunta de Teoria Literária na Universidade Federal do Rio Grande do Norte desde 2019. É graduada em Letras Língua Portuguesa/Inglesa pela Universidade Federal de São Carlos. Tem mestrado e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas na área de Teoria e História Literária. Pesquisa temas relacionados à Literatura Contemporânea Brasileira, Literatura e Outras Linguagens, Cinema e Estudos Feministas.

Citas

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Publicado

2024-09-03

Número

Sección

Artigos - Estudos Literários