Entre a Lira e a Antilira: infância e memória em poemas de Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47295/mgren.v13i1.1277

Palabras clave:

Manuel Bandeira., João Cabral., Infância, Memória., Modernismo.

Resumen

Esse artigo elabora uma análise comparativa entre poemas de Manuel Bandeira e João Cabral de Melo Neto. A partir de pesquisas, como as de Arrigucci (1990) e Rosenbaum (2002), Costa Lima (1968) e Secchin (2014), que mapeiam o tema da infância nos dois autores, selecionamos os poemas “Epígrafe” e “Evocação do Recife”, de Bandeira, e “Infância” e “Dialeto”, de Cabral, a fim de relacionar a temática da infância a uma memória de Recife, cidade-natal dos primos. Além disso, destacamos o momento literário da época de cada poeta e de como suas obras dialogaram com o modernismo brasileiro. Suas poéticas, aparentemente tão distintas, se aproximam quando se pensa o tópos da infância em ambas as obras.

Biografía del autor/a

Gabriela Denadai, Secretaria de Estado de Educação do Espírito Santo

Gabriela Denadai é licenciada em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). É professora de Língua Portuguesa na rede pública estadual do Espírito Santo, tendo participado do Programa de Iniciação Científica durante a graduação com pesquisa voltada para a área de literatura, em que estuda o teor testemunhal da poesia de Manuel Bandeira, que se refere à infância. Faz parte do grupo de estudos “Poesia: suportes formais e sistemas de significação”, coordenado pelo Prof. Dr. Wilberth Salgueiro.

Monick Pereira de Araújo dos Santos, Faculdade Multivix Serra

Mestra em Letras pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Licenciada em Letras Português e Literatura de Língua Portuguesa (2021) pela Universidade Federal do Espírito Santos (Ufes). Professora do Ensino Superior dos cursos de graduação da MULTIVIX Serra, na modalidade EaD. As recentes experiências com a pesquisa foram no mestrado através da pesquisa intitulada "Um sujeito guenzo: a composição da voz poética a partir da memória da infância em A escola das facas (1980), de João Cabral", vinculada à Linha de Pesquisa Linguagem, Memória e Cultura do PósLetras da Ufop (Mariana/MG).

Wilberth Salgueiro, Universidade Federal do Espírito Santo

Possui graduação em Letras Português-Literatura pela UERJ (1985), mestrado em Letras (Literatura brasileira) pela UFRJ (1990), doutorado em Letras (Teoria da literatura) pela UFRJ (1996) e pós-doutorado em Literatura comparada pela UERJ (2006) e em Literatura brasileira pela USP (2014). Ingressou, em 1993, na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), onde, a partir de maio/2014, se tornou Professor Titular. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras, área de concentração em Estudos Literários, nos períodos 1998-99, 2009-11 e em 2014. Desde 2007, é bolsista PQ-2 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, com taxa de pesquisa pela Fapes desde 2013. A partir de 2019, é bolsista PQ-1D do CNPq. Coordenador do GT Teoria do Texto Poético, vinculado à Anpoll, no biênio 2014-15. Líder do Grupo de Pesquisa Poesia: suportes formais e sistemas de significação, registrado no CNPq, desde 2001. Escreve no jornal "Rascunho" a coluna "Sob a pele das palavras", com análise de poemas, desde 2015. Diretor da EDUFES a partir de agosto/2017. Publicou poemas em "Anilina" (1987, haicais), "Digitais" (1990, haicais), "Personecontos" (2004, sonetos), "O jogo, Micha & outros sonetos" (2019, sonetos) e "Sonetos" (2021); narrativa infantojuvenil em "O que é que tinha no sótão?" (2013, com reedição em 2021); ensaios críticos em "Forças & formas: aspectos da poesia brasileira contemporânea" (2002, com reedição em 2022); "Lira à brasileira: erótica, poética, política" (2007); "Prosa sobre prosa: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Reinaldo Santos Neves e outras ficções" (2013), "Poesia brasileira: violência e testemunho, humor e resistência" (2018), "A primazia do poema" (2019), "A primazia do poema II" (2022) e "Rosa, Reinaldo, Pessoa & outros desenredos" (2022). Organizou diversos livros na área de estudos literários. Pertence a vários conselhos editoriais de periódicos especializados na área. Orientou dezenas de pesquisas em Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Palavras-chave: poesia, poesia brasileira, poesia de testemunho, Machado de Assis, Guimarães Rosa e Theodor Adorno.

Citas

ARRIGUCCI JR., Davi. Humildade, paixão e morte: a poesia de Manuel Bandeira. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

ATHAYDE, Félix. Idéias fixas de João Cabral de Melo Neto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1978.

BANDEIRA, Manuel. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984.

BANDEIRA, Manuel. Cinzas das horas. Coord. Editorial André Seffrin. 3ª ed. São Paulo: Global. 2013.

BANDEIRA, Manuel. Libertinagem. Apr. Braulio Tavares. 2ª ed. São Paulo: Global. 2013.

BOSI, Alfredo. História concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Editora Pensamento, 1985.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. O espírito e a letra: estudos de crítica literária: 1, 1920-1947. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. v. 1. p. 142-143.

JARDIM, Mara Ferreira. Manuel Bandeira e a poesia modernista. Letras de Hoje, v. 46, n. 2, p. 37-42, 22 ago. 2011.

LIMA, Luiz Costa. Lira e antilira: Mário, Drummond, Cabral. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1968.

MELO NETO, João Cabral de. Poesia Completa. Org. Antonio Carlos Secchin e Edineia R. Ribeiro. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2020.

MORAES, Marcos Antônio de. Correspondência Mário de Andrade & Manuel Bandeira. São Paulo: IEB, 2001.

RIBEIRO, Edneia Rodrigues. “O dialeto” de João Cabral de Melo Neto. Alea. v. 23, n. 2, p. 92-109, ago. 2021. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/alea/article/view/47440. Acesso em: 20 mar. 2022.

ROSENBAUM, Yudith. Manuel Bandeira: uma poesia da ausência. São Paulo: Edusp, 2002.

SANTIAGO, Silvano. A permanência do discurso da tradição no modernismo. In: Nas malhas da letra: ensaios. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2002. p. 108-145.

SECCHIN, Antonio Carlos. João Cabral: uma fala só lâmina. São Paulo: Cosac Naify, 2014.

Publicado

2024-05-19

Número

Sección

Artigos - Estudos Literários