A construção textual de sentido na seção "Um grito de protesto" de Os Sertões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47295/mgren.v13i1.1114

Palavras-chave:

Os Sertões, Euclides da Cunha, Linguística Textual, Coesão, Coerência

Resumo

Neste artigo, investigamos a construção textual de sentido em uma seção de Os Sertões, de Euclides da Cunha, qual seja, “Um grito de protesto”, reflexão crítica sobre o massacre dos habitantes do Arraial de Canudos, realizado pelo exército brasileiro entre 1886 e 1887, durante a Guerra de Canudos, por ordem do governo de Prudente de Morais. Com base em estudiosos da Linguística Textual, principalmente Irandé Antunes (2005), Ingedore Villaça Koch (2018, 2021) e Michel Charolles (1997), examinamos, na passagem mencionada, os dois princípios de textualidade centrados no texto, a coesão e a coerência, e abordamos brevemente os outros cinco princípios, centrados no usuário, a saber, situacionalidade, informatividade, intertextualidade, intencionalidade e aceitabilidade. Concluímos, por meio da análise feita, que esses fatores contribuem conjuntamente para a construção do sentido do texto, o que explica o forte impacto dessa passagem de Os Sertões no leitor.

Biografia do Autor

Allan Marx de Morais Pereira, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Licenciando em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás e especialista em Revisão de Textos pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Débora Reis Tavares, Universidade de São Paulo

É mestre e doutora em literatura pela Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), onde pesquisou a obra de George Orwell e sua relação com a História. Atua como professora, oferecendo cursos sobre literatura, relações entre arte e sociedade, assim como metodologia de pesquisa. Autora de ensaios nessa área, entre eles o posfácio “A esperança vem do plural” da edição de 1984 publicado pela editora Antofágica.

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Publicado

2024-05-19

Edição

Seção

Artigos - Estudos Literários