EXPERIÊNCIA E MEMÓRIA
DONA MUNDINHA
DOI:
https://doi.org/10.47295/mren.v13i4.1833Palabras clave:
Oralidade, Coco, Experiência de vida, Memórias, SenioridadeResumen
O presente artigo tem como objetivo compartilhar as vivências e a rica experiência de vida de Raimunda da Silva Ferreira, minha avó, evidenciando os momentos mais marcantes de sua vida como filha, esposa, mãe, avó, rezadeira e integrante de grupo de coco. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, com ajustes metodológicos requeridos pelas teorias que norteiam o trabalho. Entre as principais experiências abordadas, estão sua infância com os pais em Pernambuco, a migração para a cidade do Crato - CE, os desafios enfrentados por Dona Mundinha por causa de proibições do pai, da madrasta e do marido, sua relação com suas madrastas, como e porque Dona Mundinha se tornou rezadeira, sua espiritualidade, trabalho, amor pela dança e a integração ao grupo de Coco da Associação de Cratense de Apoio aos Necessitados (SCAN). A senioridade e a grande contribuição de seus relatos para as comunidades orais do Cariri constituem a justificativa deste registro. A abordagem segue os métodos de pesquisa de cultura popular construídos por Ignez Ayala e Marcos Ayala, além de orientar-se pelos núcleos festa, fé e trabalho, eixos do nexo cultural vital oralidade nordestina, proposto por Martins. Conclui-se que a importância da sabedoria de Raimunda da Silva Ferreira são fontes de incentivo e inspiração, demonstrando a importância da memória regional de uma comunidade e de uma história familiar.
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