IDENTIDADE E DIFERENÇA NO POEMA “MARABÁ” (1849), DE GONÇALVES DIAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47295.1662

Palavras-chave:

Romantismo, literatura brasileira, poesia

Resumo

Neste trabalho analisamos o poema indianista de Gonçalves Dias, “Marabá” (1849). O objetivo é analisar esse texto literário tendo em vista as discussões de Silva (2000) a respeito da relação mutuamente determinada da identidade e da diferença. Almejamos observar e descrever como a identidade e a diferença são representadas no poema. Além disso, em segundo plano pretendemos evidenciar como o poema, dentro do Romantismo brasileiro do século XIX, faz parte de uma corrente nacionalista. Presente na literatura desde os tempos coloniais, essa corrente busca, através da representação da identidade e da diferença, esboçar uma identidade nacional brasileira. Concluímos que o poema gonçalvino pode representar a construção de uma primeira identidade nacional, o mestiço, em paralelo com a diferença do povo nativo, o indígena, e do colonizador. Ademais, o nacionalismo no poema pode representar e fixar uma identidade nacional. Nossos aportes teóricos são as discussões de Silva (2000), Hall (2006), Candido (2000; 2002) e Coutinho (1976; 2002).

Biografia do Autor

Tatiane Paola Tiss dos Santos, Universidade Federal de Catalão

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) da Universidade Federal de Catalão (UFCAT). Atua como pesquisadora na área da Literatura Brasileira e estuda  as relações desta literatura com a Literatura trovadoresca da Idade Média. 

João Batista Cardoso , Universidade Federal de Catalão

Professor titular na Universidade Federal de Catalão (UFCAT). É Doutor em Literatura Brasiliera  e Mestre em Teoria da Literatura, ambos pela Unb. Tem mais de duas dezenas de livros publicados, assim como diversos artigos científicos. 

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Publicado

2025-07-25

Edição

Seção

Artigos - Estudos Literários