RETORNO AO SERTÃO

IDENTIDADE E MODERNIDADE NA FICÇÃO DE RONALDO CORREIA DE BRITO E JOÃO ALMINO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47295.1595

Palavras-chave:

Identidade, Modernidade, Galiléia, Entre facas, algodão

Resumo

O presente trabalho objetiva analisar comparativamente as obras Galiléia (2008), de Ronaldo Correia de Brito, e Entre facas, algodão (2017), de João Almino, investigando a presença da tradição literária regionalista em ambas as narrativas. No exame, destaca-se especialmente o papel dos narradores, os quais são sujeitos migrantes que, ao retornarem ao sertão, confrontaram-se com as transformações ocorridas naquele espaço e nas práticas que antes faziam parte de suas histórias. Assim, as obras de João Almino e Ronaldo Correia de Brito oferecem uma análise profunda sobre a identidade, a memória e as mudanças que influenciam as relações pessoais dos personagens com o local de origem. Cada autor aborda, de maneira distinta, as complexidades do retorno dos migrantes a esse espaço, proporcionando uma reflexão profunda sobre as mudanças sociais e culturais que permeiam o sertão. Nesse contexto, observa-se a presença marcante da tradição regionalista nos textos de Brito e Almino, o que evidencia a continuidade dessa expressão na literatura contemporânea.

Biografia do Autor

Felipe Dantas da Silva, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Felipe Dantas da Silva é mestrando em estudos literários pelo Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Graduado em Letras-Português (licenciatura) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Durante a graduação foi bolsista PIBIC, período em que se deteve a analisar o regionalismo literário brasileiro.

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Publicado

2025-06-30

Edição

Seção

Artigos - Estudos Literários