Do rio Negro à Nauta:
Roteiro de viagem e as povoações do Amazonas, por João Wilkens de Mattos (1854)
Palabras clave:
Terra, Indígenas, Caboclos, Amazônia, Século XIXResumen
Nos ocuparemos em compreender a relação entre o discurso em torno do modo de vida das populações dos sertões amazônicos e as estratégias de promover o desenvolvimento econômico da região em áreas de fronteira e litígios internacionais. Para isso utilizaremos o roteiro de viagem produzido por João Wilkens de Mattos, secretário da província do Amazonas, publicado em 1854. Demonstraremos o contexto em que se pretende conhecer as diferentes regiões do país com o propósito de um exercício de maior controle do governo imperial, tendo como ambiente privilegiado de observação as regiões ao norte e de fronteira com outros países, a exemplo do Peru. Nesse caso, dialoga com um pensamento da época em que se pauta pelo controle do espaço amazônico e das áreas de limites territoriais, o que exigiria das autoridades públicas um desempenho não apenas de manutenção da ordem, atuação de forças militares, mas como instituição promotora de políticas de controle das populações interioranas no século XIX.
Citas
BITTENCOURT, Agnello. Dicionário Amazonense de Biografias: vultos do passado. Rio de Janeiro: Conquista, 1973. p. 282-283.
BRITO, Roberta Kelly Lima de. Vapores de Mauá: A Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas (1852-1871). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Amazonas, 2018.
GALVÃO, Miguel Archanjo. Relação dos cidadãos que tomaram parte no governo do Brazil no período de março de 1808 a 15 de novembro de 1889. Rio de Janeiro: Imprensa nacional, 1894.
GREGÓRIO, Vitor Marcos. Uma face de Jano: Navegação do rio Amazonas e a formação do Estado brasileiro (1838-1867). São Paulo: Annablume, 2012.
HORNE, Gerald. O Sul mais distante: O Brasil, os Estados Unidos e o tráfico de escravos africanos. São Paulo: Cia das Letras, 2010.
JOBIN, Anísio. O Amazonas sua história (ensaio antropogeográfico e político). Companhia Editora Nacional: São Paulo, 1957, p. 184.
KURY, Lorelai. A Comissão Científica de Exploração (1859-1861): a ciência imperial e a musa cabocla. Heizer, Alda; Videira, Antonio Augusto Passos. Ciência, civilização e Império nos trópicos. Rio de Janeiro: Access, 2001, p. 29-54.
MARCOY, Paul. Voyage à travers l'Amérique du Sud, de l'Océan Pacifique à l'Océan Atlantique / illustré par E. Riou. Paris: Hachette, 1869.
MATTOS, José Wilkens. Roteiro da primeira viagem do vapor ‘Monarca’ desde a Cidade da Barra do Rio Negro, capital da Província do Amazonas, até a povoação de Nauta na República do Peru. Rio Negro: Typ. de M. S. Ramos, 1855.
OLIVEIRA, Darlin Milene Sousa. Navegação a vapor e o avanço sobre os territórios indígenas na fronteira do Brasil com o Peru (1851-1857). Anais Eletrônico do XIII Encontro Estadual de História: "História e mídias: narrativas em disputas", Recife: UFPA, 2020, p. 1-14.
RAFFAELLI, Marcelo. A Monarquia e a República: Aspectos das relações entre o Brasil e Estados Unidos durante o Império. Rio de Janeiro: CHDD-FUNAG, 2006.
RIBEIRO, Duarte da Ponte. Missão Especial do Império do Brasil no Peru (1851-1852). Cadernos do CHDD/Fundação Alexandre Gusmão, Centro de História e Documentação Diplomática. – Ano IX, Número 6. – [Brasília, DF]: A Fundação, 2010, p. 125-137.
SANTOS, Bernardo Farias dos. Arquivo Público do Amazonas: uma trajetória de memórias, esquecimentos e descasos (1852-1999). Dissertação de Mestrado em História: UFAM, 2016.
SANTOS, Maria José. Arranjos, Lei e Fronteiras do Império: Aplicação da Lei das Terras e Apropriação das Fazendas Nacionais na Fronteira do Rio Branco (1830 – 1894). Tese (Doutorado em História). Universidade Federal do Pará. Belém, 2018.
SANTOS, Maria José; VIEIRA, Jaci Guilherme. Barão de Mauá e os interesses nacionais e internacionais nas terras da fronteira da Amazônia na segunda metade do século XIX. Vozes, Pretérito & Devir. Ano IX, Vol. XIV, Nº I, 2022, p. 61-75.
Fontes
AMAZONAS. Exposição feita ao excelentíssimo 1º vice-presidente da província do Amazonas, o Dr. Manoel Gomes Corrêa de Miranda pelo presidente o conselheiro Herculano Ferreira Penna por ocasião de passar a administração da mesma província em março de 1855. Cidade da Barra: Typographia de Manoel da Silva Ramos, 1855.
BRASIL. Relatório do Ministro Luiz Pedreira de Couto Ferraz (Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Império). Relatório do Ano de 1854 apresentado à Assembleia Geral Legislativa na 3ª sessão da 9ª legislatura (publicado em 1855), Anexo A-24.
Estrella do Amazonas. Edição 105, 18 de novembro de 1854.
Estrella do Amazonas. Edição 109, 10 de janeiro de 1855.
AMAZONAS. Falla dirigida à Assembleia Legislativa Provincial do Amazonas, no dia 1º de outubro de 1853 em que se abriu a 2ª Sessão ordinária pelo presidente da província o conselheiro Herculano Ferreira Penna. Anexo S1 - Relatório de Serafim da Silva Salgado sobre a exploração do rio Purus, p. VII.
Estrella do Amazonas. Edição 71, 14 de janeiro de 1854.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Sertão História - Revista electrónica del Centro de Estudios de Historia Social y Medio Ambiente
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.