UMA LEITURA PÓS-COLONIAL DE "ÚRSULA", DE MARIA FIRMINA DOS REIS
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v11i2.346Palavras-chave:
Pós-colonial, Maria Firmina dos Reis, Literatura Brasileira, Romantismo brasileiroResumo
A crítica literária pós-colonial busca estudar como se dão as produções literárias pelos povos das nações colonizadas, assim como pelos próprios colonizadores no que tange à representação desses povos, criando um movimento de resistência à colonização não apenas geográfica, mas também de gênero e de raça. Contudo, ao analisarmos essas representações em território brasileiro, um impasse é encontrado, visto que a produção literária no século XIX - século no qual o Brasil conquistou sua independência - muito se assemelha aos moldes românticos europeus, e excluem de sua narrativa o protagonismo dos indígenas, mulheres e negros escravizados. Geralmente, quando esses grupos assumem o protagonismo, é através de uma voz masculina e branca, membro-integrante de uma burguesia dominante que replicava os moldes europeus de dominação. Contudo, em 1859, na contramão desse movimento, a obra Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, é publicada e, mesmo replicando a estrutura romântica europeia da prosa, traz em si uma abordagem diferente de personagens afrodescendentes e femininos, sendo o primeiro romance brasileiro a trazer essa representação dos grupos citados. Assim, busco analisar como a crítica literária pós-colonial é aplicada, com base nos estudos de Tolomei (2019) e Said (2011), bem como as particularidades do caso brasileiro, através das pesquisas de Morais e Lopes (2018) e Telles (2004), para que, assim, seja possível entender qual a relação da obra de Reis com a literatura pós-colonial, assim como identificar quais recursos a escritora usou para representar essa identidade nacional. Após esta pesquisa, foi possível comprovar os tópicos estabelecidos como objetivos e, deste modo, reconhecer as contribuições de Maria Firmina dos Reis para a literatura brasileira contra a colonialidade de raça e gênero.
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