PARA DENTRO DAS PESSOAS, AS PESSOAS CAÍAM
AS DIFERENTES SOLIDÕES "N’O FILHO DE MIL HOMENS"
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v11i2.344Palavras-chave:
Solidão., Teoria Queer., Estigmatização., Literatura Comparada., Valter Hugo Mãe.Resumo
O artigo analisa os diferentes modos como a solidão é retratada na obra O filho de mil homens, de Valter Hugo Mãe, em torno das personagens Crisóstomo e Antonino. Embasando-se epistemologicamente nas discussões a respeito de solidão e solitude de Maria Homem (2018), Martin Heidegger (2015) e Emmanuel Lévinas (1982); de gênero, sexo e sexualidade feitas por Judith Butler (2015); de estigma feitas por Goffmann (1975) e Cardoso & Siqueira (2011); das análises da personagem Antonino feitas por Teotônio (2019); bem como a partir da análise do texto literário, procura-se refletir quanto: 1) à importância da posição do narrador, no que diz respeito à estratégia narrativa, para a construção das personagens e das diferentes solidões; e 2) às maneiras pelas quais o narrador constrói as personagens de modo a retratar as estruturas sob as quais a sociedade da diegese está alicerçada. À luz dos pressupostos teórico-metodológicos da Literatura Comparada, os procedimentos adotados caracterizam esta pesquisa como qualitativa, bibliográfica e de caráter exploratório. O estudo evidenciou os distintos modos como a solidão é representada: no caso de Crisóstomo, a partir do próprio indivíduo, em virtude da falta do Outro; em oposição, a solidão que atinge Antonino tem uma origem social, em decorrência de processos de produção da diferença e de estigmatização. Ademais, constatou-se a relevância da estratégia narrativa na construção dos sujeitos e das solidões que os atravessam, podendo-se inferir as estruturas discursivas às quais os indivíduos da sociedade retratada estão submetidos.
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