AUGUSTO DE CAMPOS, POETA DA RECUSA
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v11i1.228Palavras-chave:
Poesia concreta. Sincronia. Mídias. Estética. Recusa.Resumo
A poética de Augusto de Campos – desde a fase ortodoxa da poesia concreta ao período participante, em que há a abertura intersemiótica para os diálogos com a música popular, por exemplo – se insere no campo da invenção, isto é, no campo da pesquisa em termos de linguagem poética, mirando a oxigenação desta. Para tal, o poeta paulistano se valerá, em termos teóricos, de uma perspectiva poética sincrônica (CAMPOS, 1977), no sentido de que o que vale na história da literatura não é certa ordenação em dinâmica temporal linear, mas a novidade, a radicalidade ou a autenticidade formal. É a partir desse acorde dominante que Campos passará a investir nas novas mídias, levando a cabo o projeto mallarmaico de tensionamento do verso nas esferas da materialidade da linguagem. O presente trabalho tratou de investigar, portanto, a interação do fazer artístico do poeta, crítico e tradutor Augusto de Campos com o suporte computador – sobretudo na produção disponível em sua página do instagram: @poetamenos – e as implicações éticas e estéticas de tal incursão. Para tal, valemo-nos da chave interpretativa da recusa para analisar os poemas “LULALIVRE” e “SEXTILHA FANOMELOGOPAICA em –aica e em –aico”, publicados no livro-manifesto Lula livre/Lula livro (2018), organizado por Marcelino Freire e Ademir Assunção. A leitura foi realizada no sentido de pontuar a plasmação dos aspectos semânticos dos poemas com as suas estruturas sintáticas, em lúdico jogo verbivocovisual, operando uma recusa à redução da arte poética ao mero utilitarismo político-ideológico.
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- 2022-06-20 (2)
- 2022-04-30 (1)
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