"I've played to quiet rooms like this before": analisando elementos da ficção científica na ambiência de Tranquility Base Hotel+Casino, dos Arctic Monkeys
DOI:
https://doi.org/10.47295/mgren.v13i1.1293Palavras-chave:
Ficção científica, Literatura, Música popular, Arctic Monkeys, EstilísticaResumo
O presente trabalho toma o álbum Tranquility Base Hotel+Casino (2018), sexto álbum de estúdio lançado pela banda inglesa Arctic Monkeys, como objeto de estudo da aplicação de conceitos teóricos sobre a ficção científica em manifestação que parte dos estudos literários e chega à análise musical. A argumentação deste artigo está apoiada por conceitos teóricos sobre ficção científica desenvolvidos por acadêmicos do gênero como Delany (2014), Freedman (2000) e Suvin (1979), que provêm suporte para a análise dos elementos característicos de ficção científica presentes no disco como marcadores de estilo, sonoros ou textuais. Metodologicamente, o trabalho adota uma abordagem estilística, ao utilizar a noção de ambiência desenvolvida por Stockwell (2014), a fim de possibilitar uma melhor compreensão de cada um dos elementos de ficção científica constituintes da obra na dimensão de produção do sentido poético. Para a dimensão lírica, a análise musical também leva em consideração elementos performativos, como propõe Bowden (1982). O artigo traz questionamentos a respeito da construção teórica, criativa e temática de obras de ficção científica para além das formas tradicionais da literatura, com a pretensão de elucidar os recursos estilísticos utilizados pela banda dentro dos limites do gênero ou nele se inspirando. Finalmente, também tenciona-se uma abertura de espaço de diálogo na academia para discussão de temas mais profundos sobre a crítica de ficção especulativa em geral.
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