A REPRESENTAÇÃO DO MAL EM LACRYMOSA, DE JULIANA DAGLIO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47295/mren.v13i2.1711

Palavras-chave:

Lacrymosa. Juliana Daglio. Mal. Horror.

Resumo

Este trabalho propõe uma leitura de Lacrymosa (2019), de Juliana Daglio, a partir da discussão sobre a sua representação do mal. Para tanto, por um lado, realizaremos uma análise de como esse conceito se apresenta no discurso das personagens, particularmente de Green e Axel; por outro, buscaremos traçar correlações com a discussão sobre o mal proposta por críticos como Eagleton (2010), Ricoeur (1988), Vignoles (1991), Haas (2014). Desse modo, a ideia é demonstrar como a obra da escritora brasileira produz uma concepção ambígua sobre o mal, surgindo ora como uma força particular, autônoma, exterior (articulada a seres sobrenaturais), ora como resultado das ações, dos desejos, humanos (tendendo a ser vista como inata ao homem).

Biografia do Autor

Fernando Henrique Crepaldi Cordeiro, Universidade Estadual do Paraná

Graduado em Letras pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (2008), com habilitação Português/Espanhol. Mestre em Letras (Área de concentração: Literaturas em língua portuguesa) no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", com bolsa FAPESP. Doutor em Letras (Área de concentração: Teoria da Literatura) nesse mesmo instituto, com o projeto "O romance policial contemporâneo pelos caminhos da paródia: uma vertente metalinguística" financiado pela CAPES. Foi professor substituto junto à Faculdade de Letras na Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança, e na Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara (FCLAr/UNESP). Atuou como professor na rede pública municipal de São José do Rio Preto. Atualmente trabalha como professor colaborador na UNESPAR, Campus de União da Vitória.

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Publicado

2024-06-27

Como Citar

Cordeiro, F. H. C. (2024). A REPRESENTAÇÃO DO MAL EM LACRYMOSA, DE JULIANA DAGLIO. Macabéa - Revista Eletrônica Do Netlli, 13(2), 47–63. https://doi.org/10.47295/mren.v13i2.1711